O único propósito deste blog continua sendo o mesmo desde seu início; o de divulgar poesia. No começo eu entendia que era interessante publicar a esmo poetas e poemas, sem me preocupar muito em estabelecer certas divisões. Talvez eu estivesse errado. Portanto, mudei o perfil do blog. Agora estamos com um menu de poetas e dentro de cada um seus poemas conhecidos ou não. Não sei se a mudança será boa. Espero que sim!
Antero de Quental
ODE XV
Há dois templos no espaço - um d'eles mais pequeno;
O outro, que é maior, está por cima d'este;
Tem por cúpula o céu, e tem por candelabros
A lua ao ocidente e o sol suspenso ao este.
De sorte que quem 'stá no templo mais exíguo
Não pode ver nascer o sol, nem pode ver
As estrelas no céu - que os tetos das colunas
Não o deixam olhar nem a cabeça erguer.
É preciso abalar-lhe os tetos e as colunas
Por que se possa erguer a fronte até aos céus...
É preciso partir a Igreja em mil pedaços
Por que se possa ver em cheio a luz de Deus!
(1864)
(Antero de Quental. ANTOLOGIA. Poesia de todos os tempos. Introd. e Org. de José Lino Grünewald. Editora Nova Fronteira. 1991)
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