O único propósito deste blog continua sendo o mesmo desde seu início; o de divulgar poesia. No começo eu entendia que era interessante publicar a esmo poetas e poemas, sem me preocupar muito em estabelecer certas divisões. Talvez eu estivesse errado. Portanto, mudei o perfil do blog. Agora estamos com um menu de poetas e dentro de cada um seus poemas conhecidos ou não. Não sei se a mudança será boa. Espero que sim!

João Paulo Campos Rios


ESQUECER, NEM PENSAR

Sugestões me fiz; tive.

Diálogos de silêncio comigo obtive.
Porções milagrosas extraídas d'almas sofridas,
li, meditei e usufruí.
Mas... qual?
Um amor tal nunca vi!
Esforço-me.
Não pasmo, mas nesta tentativa de força estiva,
delicio-me nesta tortura.
Esforço-me, mas esqueço-me de lhe esqueçer.

( DEZ CULPAS, João Paulo Campos Rios. Rio de Janeiro. 1996)




PRESSA


Ah! isso eu tenho.

Não sei quanto tempo tenho.
Questiono-me: por que dela?
Por que apressar algo que provavelmente não chegará?
E se chegar quando nosso verão tiver ido?
Mesmo assim valeria a espera, e eu não estaria ferido.
Valeria o tempo, não importando o quanto.
Ah tempo! corra antes que eu morra,
revê-la espero e de novo olhá-la,
e como adolescente diante, ficar mudo,
falando com meus olhos.

(DEZ CULPAS, de João Paulo Campos Rios. Rio de Janeiro, 1996)